Pesquisa

A Musealização do Patrimônio em Minas Gerais (1911-1947) - uma Arqueologia do Patrimônio

Busca-se com esse projeto estudar o processo de musealização do patrimônio de Minas Gerais, na primeira metade do século XX, tomando como via de análise a obra dos intelectuais mineiros que empreenderam a chamada "construção da mineiridade". Envolvidos com a preservação da memória por meio da criação de instituições de estudo e preservação documental, pelo trabalho técnico de preservação, pela articulação política ou pela produção literária, Diogo de Vasconcelos, Augusto de Lima Jr e Salomão de Vasconcelos, entre outros intelectuais, produziram significativas reflexões onde argumentaram em favor dos valores artísticos e históricos das cidades mineiras, suas igrejas, sua arte barroca e suas edificações mais representativas. Entende-se que os discursos por eles produzidos testemunharam sobre os processos em que as chamadas cidades históricas mineiras adentraram, de forma acelerada e irreversível, em um regime de significação museal, onde os sentidos simbólicos e estéticos associados ao que é mineiro e ao que é nacional, com sua pedagogia e pragmática modernas, representaram papel central. De outra feita, propõe-se também que por meio do ferramental teórico da Teoria Museológica, com seu aparato crítico e conceitual organizado em torno das ideias correlatas de Museal, Musealidade e Musealização, possamos acessar os sentidos pouco evidentes da arte e do patrimônio então vigentes. Nesta ocasião, exploraremos algumas questões que ficaram por desenvolver no projeto anterior, ampliando nosso cenário de estudo na direção de uma Arqueologia (no sentido foucaultiano do termo) do Patrimônio, levando adiante uma pesquisa de campo em articulação com o projeto de extensão Ouro Preto e os Museus do Mundo.